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Aurora Boreal Noruega e uma tarde de aventura in The Last Frontier

29 jan 2020 DESTINOS FOTOGRÁFICOS 0 COMENTÁRIOS

Termino de contar todos a bordo. São 19 + 2. Ok, estão todos no ônibus. Passaportes em mãos?, pergunto. Também os lembro de que, logo mais, estaremos participando de uma atividade bem típica e nada estaria mais perto de uma verdadeira experiência ártica do que andar de dog sled em uma viagem de caçada à Aurora Boreal Noruega.

Que os cães sempre foram os melhores amigos do homem, todos sabemos. O que não é de conhecimento geral, no entanto, é de que eles, até hoje, trabalham lado a lado com seus tutores humanos.

Veja mais sobre como é passear de trenó em uma caçada à Aurora Boreal na Noruega. Confira!

Como é o dog sled

É isso o que acontece com o dog sled, que consiste em um trenó puxado por cachorros, normalmente o Husky Siberiano. Esses bravos cãezinhos no passado, durante centenas de anos nos ajudaram na distribuição de quase tudo pelo ártico.

Eles transportam comida, correspondências, peles, lenha, equipamento de mineração e até ouro. Além, é claro, de fazerem o transporte de pessoas nas suas tarefas do dia a dia. Atualmente, além de participarem de competições puxando trenós, também estão presentes no setor do turismo de experiência, que é o que faremos assim que o ônibus parar.

O frio é intenso, mas a gente nem percebe

A temperatura está em torno dos -15°C e uma neve bem ralinha está caindo sobre o solo norueguês já branco e congelado.

Estamos todos super bem preparados: a loja de aluguel de roupas árticas de Tromso é realmente eficiente aconselhando e assessorando na escolha das vestimentas e equipamentos, como luvas e gorros.

De longe, escutamos latidos, vários latidos de excitação e alegria! Os cães estão por perto, mas parece que são muitos! Alguém balbucia. Estamos caminhando pela neve em fila indiana ouvindo o barulho de esmagar a neve fofa com nossas botas. Chega a ser hipnotizante, mas nos mantemos alertas por conta da vontade de ver os animais.

Compreendo a vontade de todos de poder abraçar Husky o mais rápido possível, mas, no meu programa, a segurança individual de cada um e do grupo vem em primeiro lugar.

Precisamos, antes de qualquer coisa, passar por um briefing com uma guia especializada local que nos informará sobre os procedimentos de segurança e comportamento quando estivermos na trilha com os trenós. É incrível a seriedade e profissionalismo com que somos tratados.

A fala sobre e a demonstração de como conduzir os cães leva mais ou menos 40 minutos. O local é enorme e lá fora tem uma espécie de tenda de circo; branca com luzes acesas vindas de dentro.

Lembro que, nesta época do ano, às três da tarde a noite já é escura. Passando pela tenda branca, conseguimos colocar uma imagem ao som dos latidos incessantes dos animais. Mais precisamente 180 cães vivem aqui. Eles latem, saltam e olham incansavelmente para os guias locais que passam escolhendo quem nos levará no trenó.

Os cães são atletas e adoram o que fazem

O responsável pelos animais explica que precisamos olhar para eles como atletas. Eles têm uma rotina diária de treinamento, alimentação e higiene. Nasceram para isso e são treinados para isso. É muito fácil de ver nos olhos deles a alegria e a vontade de serem escolhidos.

A maioria, apesar de muito dócil, não nos dá muita bola. Querem mesmo é ir para o trenó. Eu, como amante ávido defensor dos animais e pai de três cães me sinto até culpado pela vida que proporciono aos meus, trancados em um terreno gramado e sendo “humanizados” por mim. Nunca vi nos olhos dos meus bebês aquele olhar de realização que vejo nos Husky quando acabam uma jornada na trilha. Nem na minha Cocker, louca, que corre atrás de uma bolinha por quanto tempo seu braço aguentar jogar.

A saída é muito organizada. Saímos um atrás do outro em fila indiana de trenós. Os cachorros conhecem o caminho que já está bem demarcado pela neve. Existem check points e uma moto ski que acompanha tudo a distância. Estamos seguros!

Tenho comigo, no trenó, uma senhora que tem uma prótese de quadril e preferiu que alguém conduzisse para ela. Nos trenós, os caçadores se revezam, ora conduzindo, ora sentados em uma pele de rena e sendo responsáveis pelo freio. Os cães estão louquinhos para sair. Eu sinto as puxadas e a vibração da euforia deles na carcaça do trenó. Quando o controlador solta a âncora, eles partem e lá vamos nós!

Como é o caminho de dog sled

A emoção é fascinante! Tenho que frear um pouco porque, se deixar, vamos alcançar a dupla que está logo à frente. A neve está caindo e a luz que levamos presa na cabeça ilumina o caminho.

O vento corta nossos rostos: é a única coisa que está exposta neste momento. Mas nem pensamos no frio, isso é certo. Escutamos latidos vindos de distâncias diferentes. A floresta boreal é linda demais! Com suas árvores congeladas, tudo branquinho, branquinho.

Nosso trajeto tinha subidas e descidas e eu controlava a velocidade no freio. Os bichinhos querem é correr. Sei que repito isso, mas esta é a sensação mais presente quando se está em um trenó.

É inevitável não pensar como os nativos viviam por aqui. Estamos vestidos com tecnologia e temos um backup de segurança fantástico, mas a neve na cara, o vento polar, a floresta boreal e a dependência dos animais é a mesma.

Que bacana, que fantástica esta oportunidade!

A alegria no rosto dos viajantes logo após a chegada é linda de se ver. Fomos recebidos na tenda branca com um chá e bolachas locais. Pensem em um bando de crianças crescidas falando ao mesmo tempo, todos querendo contar a sua aventura e descrever o que vivenciaram.

Eu me despeço dos cães com um abraço e algumas lambidas. Agradeço um a um. Nessa viagem foram seis por trenó, mas isso pode variar.

Embarcamos de volta ao hotel cansados, mas com a alma rejuvenescida e ansiosos para saber para onde iremos na próxima noite. Mas isso será assunto para o outro post sobre a Aurora Boreal Noruega. Aproveite e siga a gente nas redes sociais para saber mais sobre o fenômeno mais lindo do mundo: estamos no Facebook, Instagram e Youtube!

Marco Brotto caçador de Aurora Boreal
MARCO BROTTO
Marco Brotto tornou-se conhecido como o caçador brasileiro de Aurora Boreal. Já viu centenas de spots de Aurora Boreal em vários locais do mundo, proporciona experiências incríveis para aqueles que o acompanham e possui um espetacular acervo de fotos de auroras.
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