Buracos coronais: saiba tudo sobre o assunto
Hoje em dia tenho muitas oportunidades de estudar o Sistema Solar através de mecanismos e informações fornecidas por agências espaciais, serviços meteorológicos e universidades ao redor do mundo; tenho acesso à maioria. Podemos saber, por exemplo, com certa antecedência, sobre os buracos coronais que vemos como áreas escuras em imagens solares quando utilizados filtros nessas fotografias.
Mas o que são buracos coronais e como eles podem impactar em uma caçada à Aurora Boreal e nas expedições que realizo todos os anos? Vou explicar para você. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura!
As fotografias dos buracos coronais
Em 1973, com o lançamento da Skylab, tivemos as primeiras fotografias da estrutura coronal solar. Foi possível identificar esse buraco e muitos outros fatores e fenômenos desconhecidos. Regiões com temperaturas menores e menos densas que a matéria que envolve o sol, por exemplo, são, geralmente, buracos no Astro Rei.
Esses buracos também estão com seus campos magnéticos abertos, que possibilitam que o plasma solar (matéria que resulta nas Auroras Polares) saia com velocidades incríveis e de forma mais fácil em direção a todo o Sistema Solar.
A importância desses buracos coronais para nossas caçadas à Aurora Boreal é que, como estamos em uma mínima solar, eles se tornam mais comuns. Se eles não existissem, não teríamos tido Auroras Boreais entre os anos de 2018 e 2020. Já imaginou?!
Eles podem aparecer a cada momento e em qualquer região do sol. É comum persistirem por vários dias; crescendo, diminuindo, mudando de forma e de localização e podendo durar várias rotações.
Observe que sempre existem e são estáveis buracos nos pólos norte e sul do Sol; sem nenhum aviso eles crescem e se movimentam em direção ao Equador Solar. Quanto mais próximo ao Equador, maior a chance de termos Auroras na terra. É incrível como o nascimento de um buraco, sua movimentação e forma modificam dia a dia, principalmente quando temos estruturas mais estáveis e que são fontes de correntes de vento solar de alta velocidade. Quando isso acontece, temos um tipo furacão que envia ventos solares com maior velocidade.
O tamanho dos buracos coronais
O tamanho e a localização dos buracos coronais podem gerar tempestades solares maiores, podendo ter G-1 (menor) ou G-2 (moderada). G-3, G-4 e G-5 já são muito raras. Para saber disso, estudo vários dados para prever a chegada do vento solar e da massa coronal, como densidade, velocidade, temperatura e outros fatores. É essencial esse estudo para que eu possa maximizar as chances de sucesso em minhas expedições de Caçada à Aurora Boreal.
Vale lembrar que não temos controle algum sobre esses fenômenos. O que podemos fazer, portanto, é estudar, encontrar um local propício e aguardar em campo o melhor momento para visualização. Força e polaridade do campo magnético interplanetário também são importantes para que consigamos ver o fenômeno a olho nu.
Geralmente, buracos coronais localizados no Equador solar ou próximos a ele resultam em qualquer passagem CIR (Corotanting Interaction Region, ou Região de Interação Corrotante, nome da estrutura formada pela interação entre os feixes de diferentes velocidades).
CIRs fortes podem afetar a magnetosfera da Terra suficiente para causar períodos de tempestade geomagnética nos níveis G1-G2 (menor a moderado); embora casos mais raros de ataque mais fortes também possam ocorrer. As tempestades geomagnéticas são classificadas usando uma escala de clima espacial NOAA de cinco níveis. Os buracos coronais maiores e mais expansivos podem ser uma fonte de altas velocidades do vento solar que cobre a Terra por muitos dias.
Quando um buraco começa a ficar geoativo, esse plasma demora cerca de três dias para chegar à Terra. Os maiores podem “fabricar” Auroras que duram horas e até dias nos pólos de alguns planetas. Seria um sonho!
Essa é razão que afirmo: Aurora tem a mesma chance em todos os lugares da faixa territorial que percorre o círculo polar ártico. O ideal é somente analisar as devidas deformações em razão da diferença dos pólos magnético e geográfico.
Comumente uso a intuição e a experiência para verificar com antecedência um buraco; isso é muito importante durante nossas caçadas. Muitas vezes as linhas de formação e desenhos da atividade solar dão indícios de um futuro buraco. Se isso é real ou se é a nossa energia que acredita que vai acontecer, aí já é um mistério.
Gostou de saber mais sobre os buracos coronais? Quer ficar por dentro desse e outros assuntos que contribuem para uma caçada espetacular à Aurora? Então me siga nas redes sociais e acompanhe meu trabalho. Estou no Facebook e Instagram!