Expedição Aurora Boreal Islândia – 2012, Parte 2
Aurora Boreal: Quarta Expedição – Viagem para Islândia, um momento inesquecível.
Parte 2
Como se eu estivesse em um conto de fadas, o tempo fechou completamente, esfriou muitos graus.
Foi tão brusca a mudança do clima que não percebi que o tempo passou e não tinha chego em Akureyri. Encontrei 2 hotéis na minha pesquisa e quando encontrei um desci do carro, já com dificuldades pelo forte vento.
Na porte do hotel um bilhete “Estamos fechados para temporada, favor se dirigir até o outro hotel.”
-Tá bom, lá vou eu.
Chegando no segundo hotel, um outro bilhete contendo o mesmo tipo de informação, ou seja não tinha hotel.
Vi o mapa e não teria nenhuma outra cidade próxima e eu estava na maior da região.
-Vou andar mais algum tempo e descanso na estrada.
E parti. Ainda estava uma penumbra e conseguia ver as estruturas que existem para que o gás seja liberado do solo de maneira controlada, o cheiro é muito peculiar… UM SUPER PUM !!!!!
Mais alguns quilômetros a frente a estrada ficou estreita e iniciou uma subida.
Lembrei do meu falecido Avô, João Brotto e da primeira vez que me lembro de ter passado uma noite numa estrada. Eu era criança (3 ou 4 anos), estava viajando com ele e minha avó Mercedes quando recebemos a noticia do falecimento da Nona. Era um galaxi, eu vim de pé , apoiado com o queixo no banco inteiriço dos passageiros da frente. Chovia muito …
Fiquei a noite toda conversando com meu avô para que ele não dormisse, “dirigindo” ele pela estrada. Sempre que contava essa historia ele dizia que quando chegamos na entrada de Curitiba eu adormeci. Falava orgulhoso piscando para mim que eu, o anjo dele, foi descansar depois de tê-lo guiado.
Recebi aquilo com uma energia imensa, um sinal e decidi retornar a cidade de Akureyri.
Parei na frente do primeiro hotel, o frio estava muito forte e coloquei todas as camadas de roupas possíveis.
Fiz um casulo para passar a noite no carro. Ventou demais a noite toda, nevou muito e mesmo dentro do carro foi uma experiência difícil e inesquecível.
Na manha seguinte peguei a mesma estrada da noite anterior. O céu estava limpo e conseguia notar as marcas da noite passada.
Muita neve naquela pequena estrada, curvas fechadas e dificuldade de dirigir de dia.
Fiquei imaginando qual teria sido meu destino se tivesse continuado na noite anterior, tive mais uma lição para sempre e agradeço ao meu anjo da guarda pela sua proteção.