Expedição Aurora Boreal Alaska – 2013
Ver uma belíssima Aurora Boreal no Alasca era um sonho que tinha sido prorrogado, então chegou a hora novamente.
Poucos dias depois de retornar da viagem com o Arthur para Escandinávia, decidi ver Aurora Boreal no Alasca.
Muitas pessoas imaginam que a temperatura no Alasca é muito mais fria que na Europa, engano. Nos meses de setembro e outubro tem sido mais quente no Alasca do que na Noruega, depois sim, no inverno o Alasca tem mínimas mais congelantes.
Desenhei a viagem e como só iríamos nós dois fiquei muito tranquilo com relação a hospedagem, só me preocupando mesmo com logística de combustível e comida.
Chegada e saída de Anchorage, passando pelo Denali já fechado em razão do inverno, depois Fairbanks, Chena Hot, Delta Junction e Anchorage.
Uma das preocupações que eu tenho é sempre estar em acordo com a legislação local em tudo. Carros com seguro, carteira de motorista apropriada, normas de direção na neve e mais uma serie de medidas de segurança que os países do Ártico exigem. Em razão disso, boa parte das estradas do Alasca eu não poderia trafegar por que os seguros não cobrem e qualquer evento anormal teria grandes consequências. Você verá muitas estradas com placas dizendo que a partir daquele ponto não existe manutenção do Governo e portanto é de seu risco entrar nelas, em outras estará que é proibido para carros sem 4×4 ou até proibição total.
Iniciamos a viagem, uma semana no Alasca. Chegamos em Anchorage no final do dia e já partimos para Talkeetna. Pensem, consegui alugar um carro por 12 US$ ao dia, o seguro saiu mais caro que o aluguel. A estrada estava muito escorregadia e chegamos ao destino no meio da madrugada, acompanhados pela nossa querida Aurora Boreal que, a partir de uma 40 milhas ao Norte de Anchorage, já podia ser vista, muito no horizonte mas estava presente.
Tinha o objetivo de ver Aurora Boreal e também conhecer bem a região pois já tinha vontade também de ir para o Alasca levar outros sonhadores em sentir as “Luzes do Norte”.
Descansamos da longa viagem em um paraíso chamado Talkeetna, o lugar que reservei para a primeira noite, é lindo. Chalés rústicos na frente do rio e com vistas ao Monte McKinley, o maior da América do Norte.
Ainda terei um chalé como esse no Ártico, meu objetivo de vida, de preferência com uma vida selvagem abundante no quintal.
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De manha um café no RoadHouse, já tinha visto essa estalagem no Man x Food e fiquei louco pra provar a comida deles. Fizemos a refeição e partimos em direção ao Norte. Objetivo: em 2 dias Fairbanks. Na estrada, aqueles lugares deliciosos que parecem realmente saídos dos filmes e das séries de reality show.
Os dias já estavam bem mais curtos, isso aumenta as chances teoricamente de ver aurora boreal mas também aumenta o frio e restringe algumas estradas.As estradas do Denali, ficam fechadas a partir de setembro então somente até as primeiras milhas pudemos entrar. Passamos bastante tempo dentro do parque e decidimos dormir próximo a entrada do Denali.
O Denali faz parte do NPS , National Park Service , tem boa parte do ano fechado ou restrito a determinados pontos para garantir a segurança dos visitantes e dos animais. Healy, uma simpatica cidade perto da entrada Norte era unica localidade que tinha hotel e lá fomos com -20C prontos para mais um hotel SURPRESA.
Os hotéis nessa região são caros comparando a qualidade e serviço com outras regiões americanas, estamos no meio do Alaska. Fizemos o check-in e me preparei para caçada. Enquanto estava claro percebi alguns lugares que poderia parar a noite e marquei eles.
Tudo pronto e … saindo do hotel ela já estava pronta nos esperando, deu um oizinho e fugiu.
As estradas de dentro do parque são bem interessantes para você estacionar com segurança caso já tenho pego o rastro da Aurora Boreal e foi para lá que fomos. Durante o percurso de Healy em direção ao Sul conseguia observar a Aurora crescendo de atividade, de vez em quando descia o vidro do carro para ter ais nitidez na observação, em uma dessas manobras senti o vidro do carro diminuir de velocidade mas não dei muita atenção.Entramos no Denali e na direção do Hines Creek, no mesmo local que durante o dia fui pesquisar como ficar lá com tranquilidade a noite.
Perto do Hines Creek o frio aumentou muito em razão da proximidade da água e o vento ficou mais forte. Eu estava alucinado lá fora clicando e realizando o sonho de ver uma aurora boreal de boa atividade no Alasca.
Depois de algum tempo perto da agua e sujeito ao vento decidi entrar no carro e me esquentar um pouco, já satisfeito com as fotos naquele lugar e como estávamos um pouco distante do hotel pegamos a estrada.
A aurora boreal ficava mais intensa e conseguimos filmar ela de dentro do carro , em certo momento eu abri o vidro para ver fora, a -20C e … o vidro não subiu mais. PATAQUEOPATECO. Minha cabeça já começou a pensar nas consequências no restante da viagem , caso chovesse, o frio intenso, terei que mudar roteiro, voltar até uma cidade e trocar o carro e todas as futuras chateações . Quando olhei pro lado a Lau já estava congelada rsrssrrsrs, brincadeira, só o nariz rsrsrsrs. Dei mais agasalho pra ela e fui dirigindo de volta ao hotel grudado no vidro e no volante. O lado dela sentia mais o frio por que lá que o vento “terminava “a viagem congelante dentro do carro.
De vez em quando eu tentava levantar o vidro, a preocupação sobre o futuro da viagem me deixava nervoso , o vidro começou a dar sinal de vida e entendi que o fluido do motor dele estava congelando. Quando por fim chegamos a Healy o vidro já estava “perfeitamente”fechado.
Não tivemos duvidas e continuamos a caçada, e não nos arrependemos. Fomos até a garagem da Alaska Rail e lá muitas fotos com elementos diferentes me deixou muito feliz. O frio aumentava e deixei a Lau dormindo no carro e foram no minimo umas 4 horas de muitas auroras boreais com fotos que gosto muito. Trens, trilhos, maquinas pesadas e muita realização. Foi uma noite das mais belas , aurora boreal nos envolveu mais uma vez e retornamos ao hotel já sonhando com o próximo dia.