Expedição Aurora Boreal Islândia – 2012, Parte 1
Aurora Boreal Quarta Expedição: Viagem para Islândia – Aurora Boreal, gelo e fogo.
Parte 1
A Expedição numero 3, junto com o Cezar e Fábio pela península Escandinava foi um sucesso. O assunto pacotes para Aurora Boreal tomou corpo nas conversas com os meus amigos e eu comecei a me aprofundar cada vez mais. Pouquíssima bibliografia em português sobre Auroras, a dificuldade com termos técnicos e a fragilidade do meu inglês me deixaram um pouco cabisbaixo… Foi quando decidi ir para o fantástico mundo de Julio Verne. ICELAND ou ISLÂNDIA, aquela pequena ilha que o Círculo Polar Ártico corta, seria tudo aquilo para inspirar o francês Julio Verne a criar tantas historias fantásticas? Vamos ver se isso é verdade.
Fiz minha conexao em Londres e lá tive a felicidade comprar um CD. Florence and The Machine.
Foi minha companheira nessa viagem pelo RING ROAD 1 .
Fiz minhas pesquisas, procurei informações locais, fiz meu dever de casa antes de sair. Como gosto muito de viajar fora das altas temporadas, preciso me prevenir. Fiz o roteiro, aluguei um carro, um Suzuki Vitara (fabricado em 1800 e alguma coisa, rsrsrs) e como estava sozinho não deixei nenhum hotel reservado. O carro seria meu companheiro inseparável e meu hotel 100 estrelas.
A famosa RING ROAD 1, a mais famosa e completa rota pela Islândia foi a escolhida porque contemplava tudo aquilo que eu queria ver. Aurora, Icebergs, cavalos selvagens, fjords e a entrada do centro da Terra.
Cheguei em Keflavík , 50 km da capital Reikjavik, já com escuridão. Eu, “inocente”, procurando a loja que tinha me alugado um jipinho com um descontão, rsrsrsrsrs. Minutos depois, lá estava um “polaco” com meu nome escrito “MARKUS BOGGTO” e eu pensei “caraca, será super fácil a comunicação por aqui” kkkkkkk.
Saí do saguão e quem estava me esperando? SIIIIIIIMMMMMMMM, a minha “Dama do Norte”, “Queen of the night”, “Dama da Noite” ou simplesmente “O mais lindo espetáculo da natureza”. A Aurora estava sobre o aeroporto e mesmo com a poluição das luzes conseguia ver com muita nitidez. Um rasgo enorme no céu e a certeza que a semana seria de muitas luzes. Tirei 3 fotos e segui buscar o carro.
As estradas precariamente iluminadas, aquele aspecto de abandono que vemos quando é noite, a neve retirada do asfalto que se acumula no acostamento em grandes montes me deixaram meio temeroso. Chegando na garagem, recebi a chave do super Jipe e parti… Ah, antes o aviso de que estava sem gasolina, eu deveria encher o tanque no próximo posto que ele me indicou. Posto de gasolina na Islândia é contadinho, fora da capital, muito escasso. ATENÇÃO!! Na hora de encher o tanque, não aceita dinheiro! Não aceitou 4 cartões que coloquei na maquina e aquele cartãozinho de credito, que você não sabe porque tem, me salvou. Até hoje não cancelei ele porque foi um guerreiro nessa viagem rsrsrsrs.
Tanque cheio e auroras, mais auroras, lindas e iluminadas mesmo com a lua cheia deixando o céu menos escuro. Foi tanta emoção e adrenalina que me esqueci que não tinha quarto pra dormir, até que o cansaço veio e com ele encontrei o hotel da primeira noite.
Mesmo com a Dama querendo dançar, fui descansar. Nessa noite aprendi que enquanto ela estiver no céu se mostrando pra mim eu não abandono ela… Foi a única Aurora “aceitável” de toda a expedição; triste mas educativo.
Revigorado, feliz com a linda aurora da noite anterior e esperançoso de mais uma Aurora, parti para desbravar a ilha. Sempre tenho um roteiro pronto mas varias opções na minha cabeça, que não pára um segundo, querendo encontrar novos caminhos ou descobrir algo inusitado, buscando uma experiência local e aprender com ela. Parti para o Norte pela 1, mas antes uma paradinha no Blue Lagoon.
Um dia lindo de primavera. Céu azul e cada vez mais a certeza de que muitas auroras viriam. Fjords lindos, cavalos selvagens e uma paisagem de outro mundo. A cada quilometro em direção ao Norte da ilha tinha certeza que seria um dos lugares mais exuberantes que eu já teria passado. Depois de sair da região da Capital, o encontro com outros carros ficava cada vez mais raro e ficava muito tempo sem encontrar um outro “terráqueo”.
Depois de verificar as condições da atividade Solar e do clima, ficou bem claro pra mim que dificilmente conseguiria ter uma Aurora nessa noite. Decidi ir até Akureyri e lá dormir.
A ROTA 1, sentido Norte. Tempo fechando e acima da linha oval da Aurora.
A paisagem na Islândia muda em poucos quilômetros, a viagem não é apenas com olho no horizonte, todos aqueles livros lidos e filmes assistidos vem na memoria.
Um momento estava no “Senhor dos Anéis” e logo depois prestes a entrar no portão para a “Viagem ao centro da terra” OH NÃO… era algum do “James Bond: 007” que não me lembro o nome e enfim “Lara Croft: Tomb Raider.”
Alguns dias atrás depois de assistir “Interestelar” fui descobrir que foi também filmado lá, mas o filme foi rodado após minha viagem.
A chegada até Akureyri foi traumática e essa noite tive uma das experiências mais magnificas da minha vida.
Uma experiência espiritual incrível.