Por que cada um enxerga as cores da Aurora Boreal de uma forma?
Em muitas das nossas Expedições Aurora Boreal, diversos participantes relatam as percepções das cores da Aurora Boreal de forma única. E nas fotos, as cores ficam diferentes do que perceberam ao vivo!
Mas por que isso acontece? Para sanar essas dúvidas, conversamos com a Dra. Claudia Dettmer, que é oftalmologista e veio nos ajudar a entender melhor como funciona a percepção das cores do fenômeno. Confira!
A forma como cada pessoa enxerga uma determinada cor é diferente?
Segundo a Dra. Claudia, sim! Nós não percebemos as cores da mesma maneira, pois há variações de pessoa para pessoa.
O ser humano tem 3 tipos de cones na retina, que captam vermelho, verde e azul. A informação é transferida para o cérebro que então fará o processamento da cor que está sendo percebida.
Será que essa percepção diferenciada é a mesma que ocorreu há alguns anos quando diversas pessoas relataram na internet enxergar cores diferentes para um mesmo vestido que viralizou?
Algumas pessoas enxergavam rosa e bege, enquanto outras enxergavam azul e preto.
A Dra. Claudia explica que sim! A informação das cores é processada no cérebro. Crianças utilizam mais o hemisfério direito para o processamento de cores, quando crescem e a linguagem entra em cena há a integração dos hemisférios neste processo.
A diferença na percepção de cores do vestido acontece porque tem pessoas que utilizam mais o hemisfério direito e outras o hemisfério esquerdo para processamento das informações sobre cores.
Com o relato dos nossos expedicionários, sabemos que as cores mais frequentemente associadas à Aurora Boreal são verde, rosa, violeta, azul, amarelo e, ocasionalmente, laranja e branco.
E por que há uma diferença nas cores da Aurora Boreal em fotos e a olho nu?
A Dra. Claudia explica! O ser humano possui dois tipos diferentes de células em seus olhos para captar a luz.
Os cones, concentrados na fóvea – área central da visão – são de alta resolução e detectam cores em ambientes claros. Estas são as principais células que usamos para a visão durante o dia. Os bastonetes, concentrados na periferia da retina, podem detectar a luz mais fraca à noite, mas só podem ser vistas em preto e branco e tons de cinza.
A Aurora Boreal só aparece para nós em tons de cinza porque a luz é muito fraca para ser captada por nossos cones que detectam cores.
Assim, o olho humano vê principalmente as Luzes do Norte em cores suaves e tons de cinza e branco. Os sensores de câmeras fotográficas não têm essa limitação.
Junte esse fato aos longos tempos de exposição e às altas configurações de ISO das câmeras modernas e fica claro que o sensor da câmera tem uma faixa dinâmica de visão muito maior no escuro do que as pessoas.
Podemos afirmar que uma mesma Aurora Boreal será uma experiência visual diferente para cada membro da expedição?
Para a oftalmologista, com certeza! A experiência visual de quem visualiza o fenômeno a olho nu depende de uma combinação de fatores do ambiente, da anatomia de cada um e do estado emocional que a pessoa se encontra no momento.
As informações que cada um resgata na memória geram todo o contexto de percepção e por isso é tão individual a experiência!
Como uma pessoa com daltonismo enxerga as cores da aurora boreal?
O daltônico enxerga o mundo colorido de uma forma peculiar e vai ter sua experiência com a Aurora Boreal dentro do seu contexto de cores, emocionante também!
Conclusão: cada ser humano terá uma experiência única vendo a Aurora Boreal a olho nu!
A experiência de estar cara a cara com um dos mais belo fenômenos da natureza é com certeza uma combinação de fatores do ambiente e das luzes da Aurora, mas também das características de cada um de nós.
Caçar a Aurora Boreal não é somente visualizar suas luzes dançantes e coloridas no céu. É toda a energia e sensações únicas envolvidas em estar lá.
Não perca as próximas Expedições Aurora Boreal com Marco Brotto e venha caçar conosco esse fenômeno da natureza de tirar o fôlego!